O volante treme levemente sob suas mãos, mas não tanto quanto o coração que bate acelerado no peito. Vivian mantém os olhos fixos na estrada à frente, as luzes dos postes e dos faróis vindo na direção oposta criando um corredor hipnótico que ameaça arrastá-la para um torpor perigoso. O trecho entre o Rio de Janeiro e São Paulo deveria durar cinco horas, mas já são mais de sete desde que saiu. O motivo não é só o trânsito ou o cansaço: é o menino no banco de trás, seu Vitor, seu Jeff, o nome real ecoa como um sussurro que ela tenta abafar, mas não consegue.
Ela parou inúmeras vezes: para brincar com ele, ´para que ele esticasse as pernas, para que tomasse água, para que não percebesse o quanto ela está