A caminhonete sacoleja pela estrada de terra enquanto o pôr do sol cobre o céu de tons alaranjados. O ar do campo invade o veículo, mas ninguém fala sobre o perfume da terra molhada. O silêncio é pesado, como se todos tivessem algo entalado na garganta.
Ao chegarem ao Sítio dos Maia, Miguel está à espera no portão, o semblante ansioso.
— E aí? — pergunta ele, indo direto a Jonathan.
— Como estão a Marta e a Lua?
Jonathan sorri, um alívio visível no rosto.
— Estão evoluindo bem. Lua tá ganhando peso, respirando sozinha... e Marta foi extubada. Ainda não acordou, mas os médicos estão otimistas.
Miguel solta um longo suspiro e apoia as mãos nos joelhos, como se seu corpo cedesse ao alívio.
— Graças a Deus... — ele diz, emocionado. — Já era hora de uma boa notícia.
Mas a paz dura pouco. O olhar de Miguel escurece.
— E o Jeff? Já pensaram como vão contar para Marta?
Jonathan engole seco. O peso da pergunta o atinge como um soco no estômago.
Ele passa a mão pelos cabelos, inquieto.
— Nã