O som ritmado dos pregos sendo cravados nas vigas ecoa por todo o sítio, misturando-se ao canto distante dos pássaros e ao barulho suave das árvores dançando com o vento quente daquela manhã. O cheiro de cimento fresco, serragem e terra remexida impregna o ar, somando-se ao suor de quem trabalha com afinco. Já são dezoito dias de reforma intensa, e o lugar que antes carregava o peso dos anos agora pulsa com promessas. Os galpões recém construídos reluzem sob o sol, como símbolos de recomeço. O terceiro deles está quase finalizado, faltando apenas a colocação do telhado.
Marta caminha de um lado para o outro com uma prancheta na mão, os cabelos presos de forma improvisada e o rosto bronzeado de quem passou mais tempo ao ar livre do que dentro de casa. Veste-se com praticidade, sem vaidade, mas seu olhar firme e atento denuncia que há uma liderança natural ali, uma mente que planeja com precisão. Ao seu lado, Miguel segura uma trena e troca números e medidas com ela. Heitor, sempre aten