O sol começa a se despedir atrás dos morros, tingindo o céu de tons dourados e rosados, quando Marta estende cuidadosamente uma toalha de algodão sobre a mesa de madeira da varanda. A brisa suave carrega o cheiro da terra úmida e do entardecer rural, misturado ao leve aroma do café recém passado. Sobre a mesa, uma série de pastas, planilhas impressas, anotações em cadernos e o notebook aberto mostram que ali não é apenas um jantar em família, é o início de uma revolução silenciosa.
Ela prende uma caneta nos cabelos, como quem já está pronta para agir, e organiza novamente os papéis, agora por cores, azul para custos, verde para estrutura, vermelho para crédito. Os olhos brilham não só pela luz do entardecer, mas por algo mais profundo, o propósito. Marta não está apenas planejando uma atividade econômica. Está arquitetando o futuro da família, com a coragem de quem já perdeu quase tudo e ainda assim escolheu construir de novo.
Miguel aparece com dois copos de café. Estende um para a i