O som do relógio digital pisca no canto da tela, mas Jonathan não o vê. Seus olhos estão fixos em uma planilha aberta no notebook, enquanto as mãos apertam com força a caneta que gira entre os dedos. A manhã começou há horas, mas ele sequer notou. A sala envidraçada da presidência do grupo Schneider parece uma redoma de tensão: silêncio denso, café frio e documentos espalhados como vestígios de um campo de batalha corporativo.
— Você vai quebrar essa caneta se continuar assim.
A voz de Rui, seu advogado e amigo de longa data, corta o ar carregado. Jonathan nem se move, mas a caneta para de girar.
— Eu devia ter deixado aquele imbecil terminar a proposta ridícula, só para rir da cara dele. — murmura Jonathan, a voz baixa, mas cortante.
— Ele achou que eu sou o quê? Algum executivo de boutique?
Rui se senta em frente a ele, largando a pasta de couro sobre a mesa.
— Não. Ele achou que você estava distraído. E, de certa forma, ele não está errado.
Jonathan finalmente ergue o olhar. Os ol