O mundo parece mudar em um segundo.
Eduardo segura as mãos de Darlene, mas seu olhar vive escapando para a barriga de Darlene. O silêncio entre eles não é desconfortável, é intenso, elétrico, cheio de significados. Cada segundo dentro daquele quarto é como o compasso de um novo coração batendo, o começo de algo que nenhum dos dois sabe ao certo como viver, mas já estão amando com tudo o que têm.
— Darlene... — Eduardo quebra o silêncio, a voz falhando um pouco.
— A gente vai mesmo ter um filho?
Ela sorri, emocionada, os olhos ainda um pouco úmidos.
— Vamos, Eduardo. Um filho nosso. Você consegue acreditar?
— Eu tô tentando... mas minha cabeça tá igual liquidificador sem tampa — ele ri nervoso, uma mão passando pelos cabelos desalinhados.
— Eu tô tão feliz que parece que tomei um coice de boi no peito. Sabe quando você quer rir, chorar e sair correndo tudo ao mesmo tempo?
— Sei sim — ela diz, e os dois se olham com uma ternura que paralisa o tempo.
Ao chegarem na cozinha, Dona Miriam