O Grupo Schneider acorda como uma fera adormecida: um organismo gigante, pulsando em silêncio entre aço e concreto.
No ar da manhã, há uma eletricidade sutil, uma vibração que passa despercebida pelos distraídos... mas não por Dante Bittencourt.
Ele sente.
Ele sempre sente.
Dante é um fantasma em trajes civis — discreto, mas impossível de ignorar para quem tem sensibilidade suficiente.
Sua presença densa, calculada, é como a sombra que se projeta antes da tempestade.
Onde Islanne Schneider vai, ele vai.
Silencioso. Atento. Impecavelmente preciso.
O novo guarda-costas da vice-presidente do Grupo Schneider é uma fortaleza de músculos, disciplina e olhar frio. Não fala mais do que o necessário. E observa, sempre observa.
Para Islanne, isso é o maior combustível.
A primeira investida do dia acontece em um corredor lateral do prédio administrativo. Ela sente sua presença antes mesmo de vê-lo, é como uma mudança sutil na temperatura do ar.
— Você já pensou em usar sinos no pescoço? — dispar