O coração de Darlene aperta como se mãos invisíveis o esmagassem dentro do peito. A saudade é afiada, cruel, um veneno lento que percorre as suas veias enquanto ela aperta o volante do seu carro, estacionado em frente o lugar que sempre lhe foi abrigo, a casa de dona Maria. O céu está limpo, um azul profundo tingido pelas primeiras sombras da noite, mas dentro dela, tudo parece nublado. O nome de Eduardo ecoa como uma prece silenciosa que ela se recusa a dizer em voz alta. Não quer parecer fraca. Não quer parecer carente. Mas sente. E sente demais.
Ela desce do carro com passos decididos, mas o coração está vulnerável, latejando pela ausência dele. A cada dia, espera uma ligação, uma mensagem. Algo. Mas Eduardo se cala. E Darlene, inexperiente, se cala, não por orgulho, mas por acreditar que ele precisa de espaço para pensar, trabalhar…
Porque ama… mas aprendeu a respeitar o espaço de quem não a procura.
No quintal da casa simples, Miguel está sentado no degrau da varanda, com uma ca