GuilhermeSaí do banheiro sentindo o vapor quente ainda se dissipar pelo apartamento. A água tinha me dado uma sensação de alívio momentânea, mas minha mente não estava nem perto de relaxar. Peguei o celular, abri o chat e, sem pensar muito, mandei a mensagem para a Fernanda. “Te vejo hoje à noite. No escritório, às nove.” Apertei “enviar” antes que pudesse reconsiderar e joguei o celular na cama, como se o peso da decisão não estivesse todo nos meus ombros.Enquanto eu secava o corpo e me preparava para vestir a roupa, a imagem dela me veio à mente de novo, como uma maldita obsessão que não me deixava em paz. A morena. A morena que tinha me feito perder a cabeça na noite anterior. O jeito como ela olhou pra mim, como desafiou o que eu esperava. Não era só mais um programa. Era mais. O calor da pele dela ainda estava vivo na minha memória, o som da sua respiração acelerada. Porra... Ela sabia exatamente o que fazia, como controlar a situação e, ao mesmo tempo, me deixava com a sensaçã
GuilhermeO escritório estava cheio de fumaça, o ar pesado do cigarro que o JP insistia em acender mesmo sabendo que eu odiava. Ele e o João estavam ali, sentados na minha frente, falando sobre os números das vendas na boate. O dinheiro tava entrando, isso era claro, mas eu não conseguia parar de pensar que a gente podia ganhar mais. Muito mais.O João falava sobre as rotas, os fornecedores, e eu fingia que tava 100% concentrado. A verdade é que minha cabeça tava em outro lugar. Em algo maior, algo que poderia fazer a gente sair da zona de conforto e realmente lucrar de uma forma diferente. A boate era uma mina de ouro, mas eu via potencial em outro nível. Eu queria transformar aquilo num verdadeiro império. E pra isso, eu precisava pensar grande. FernandaEu tinha acabado de sair do banho, o vapor ainda tomava conta do banheiro enquanto eu me olhava no espelho. A toalha envolvida no meu corpo, os cabelos molhados pingando nos ombros, e minha cabeça cheia de pensamentos confusos. A roupa que eu tinha separado pro trabalho tava ali, dobrada em cima da cama. Simples, nada chamativo, do jeito que eu costumava usar. Mas a verdade é que eu não conseguia pensar no trabalho naquele momento. Meu celular vibrou na cabeceira da cama, me lembrando do que eu tava tentando evitar.Guilherme.Desde que ele tinha me pago a mais do que o combinado, aquela quantia me incomodava. Não que eu não precisasse do dinheiro, porque, sinceramente, eu precisava, e muito. Mas a maneira como ele fez aquilo... me deixava sem chão. O jeito que ele olhava pra mim, como se soubesse exatamente o poder que tinha sobre mim, como se soubesse que eu ia voltar. E ele tava certo.Suspirei, me sentindo ridícula por ainda estar pensando nele. Por que eu tava nessa? Eu Capítulo Quinze
FernandaO carro parou em frente à boate, e eu senti o mesmo arrepio de sempre percorrer a minha espinha. Não era a primeira vez que eu estava ali, mas a sensação de incerteza nunca desaparecia. A boate tinha algo sombrio, não pela aparência ou pelas luzes que piscavam, mas pelo que ela representava. Guilherme. Ele estava lá dentro, me esperando, e eu sabia que dessa vez seria diferente. Ou, pelo menos, ele queria que eu acreditasse nisso.Respirei fundo antes de sair do carro. A noite estava quente, o som abafado da música eletrônica escapava pelas paredes do prédio, misturando-se com o murmúrio das conversas lá dentro. Eu caminhei devagar até a entrada, tentando segurar o nervosismo que subia pela garganta, mas era inútil. Sempre que eu estava prestes a vê-lo, era como se meu corpo antecipasse tudo que ia acontecer, tudo que eu queria que acontecesse. E eu odiava, odiava como eu perdia o controle quando estava perto dele. Como o simples fato de saber que ele estava ali, esperando po
FernandaEu o puxei para mais perto, nossos lábios se encontrando novamente, e qualquer tentativa de lutar contra aquilo se desfez. Tudo o que eu havia ensaiado mentalmente, todas as dúvidas, o controle que achei que poderia manter, desapareceram no instante em que senti seu toque. Guilherme tinha esse poder sobre mim, um poder que eu odiava admitir, mas que se fazia presente em cada movimento que ele fazia. Eu já sabia que, naquele momento, não havia mais volta.Ele me pegou pela cintura com firmeza, me levantando como se eu não pesasse nada, e me colocou sobre a mesa. O ar parecia ter ficado mais denso. A sala, silenciosa, agora parecia testemunhar algo proibido, algo que só acontecia nas sombras. Minha mente estava confusa, cheia de pensamentos conflitantes, mas meu corpo já sabia o que queria. Não havia mais espaço para dúvidas.O toque de Guilherme era intenso, e cada beijo que ele me dava parecia incendiar algo dentro de mim. Minhas pernas se abriram instintivamente, como se meu
FernandaEu estava ali, de joelhos sobre o sofá de couro, as mãos apoiadas no encosto, sentindo o calor do meu corpo pulsar em cada extremidade. O cheiro de couro misturado ao perfume amadeirado dele me deixava ainda mais fora de mim. O ar no escritório parecia mais denso, mais pesado — como se tudo ali soubesse que estávamos cruzando uma linha da qual eu talvez não quisesse voltar.Guilherme estava atrás de mim, as mãos firmes em minha cintura, como se quisesse me lembrar que, naquele momento, eu era só dele. O calor do seu toque queimava minha pele, e cada movimento dele fazia meu corpo reagir como se tivesse vida própria. Eu já não raciocinava direito — era desejo bruto, impaciente, urgente.Ele colava o corpo no meu, firme, dominador, e o som abafado da nossa respiração se misturava aos pequenos estalos do sofá, criando uma trilha sonora particular e indecente. Quando senti seus dedos subirem pelas minhas costas nuas, um arrepio violento percorreu minha espinha. Eu arqueei o corpo
FernandaA proposta dele ainda ecoava na minha cabeça mesmo depois de horas. “Exclusiva pra mim.” Três palavras ditas com tanta convicção que pareciam ter sido cravadas na minha pele. Eu conhecia homens como Guilherme. Homens que não pedem, determinam. Que não desejam, tomam.E ainda assim, ali estava eu… dividida entre o que minha mente dizia ser loucura e o que meu corpo gritava como um vício.Me olhei no espelho do banheiro da boate antes de sair. A maquiagem ainda estava intacta, mas meus olhos... eles estavam diferentes. Como se algo dentro de mim estivesse começando a mudar. Eu não era mais só uma acompanhante de luxo com contratos bem definidos e encontros bem pagos. Eu estava me envolvendo com um homem que fazia questão de romper todas as minhas barreiras — e o pior: eu deixava.Ser exclusiva dele significava abandonar tudo que construí com esforço e frieza. Homens poderosos pagavam caro pelo meu tempo. Mas Guilherme… ele não queria só tempo. Ele queria posse.Saí do banheiro
FernandaO que ele queria de mim era mais do que um corpo. Era posse.Desde aquela noite no escritório, a proposta dele ecoava na minha mente feito um tambor no meio do peito. Exclusividade. Palavra bonita pra uma prisão de luxo. Ele queria que eu fosse só dele, que deixasse meus programas de lado, que me vendesse apenas para ele — mas com preço fixo, horário incerto e sentimento nenhum permitido. Só que com Guilherme... nada era tão simples assim.E o pior era que eu estava tentada a aceitar.Não porque ele me ofereceu dinheiro. Isso eu já conhecia. Era o jeito que ele me olhava — como se tivesse me desnudado inteira antes mesmo de tirar minha roupa. Como se cada toque dele escrevesse em mim o nome dele, como se eu já tivesse me tornado propriedade antes mesmo de assinar qualquer acordo.Naquela manhã, eu me vesti pra outro cliente. Mas a mão tremia no zíper. A maquiagem escondia, mal e mal, a confusão nos olhos. E no fundo, eu sabia que, mesmo que eu dissesse não... ***O motorista