**Narrado por Miguel Satamini**
O Neblina Club exibia duas faces distintas. A primeira era o salão principal: música alta que vibrava pelo corpo, uma pista apinhada de pessoas, luzes cortando a escuridão em flashes rápidos, e corpos suados se esfregando, sem a menor cerimônia. A segunda face era o andar superior um espaço reservado, mais discreto, onde o barulho diminuía e o dinheiro parecia ter mais peso do que qualquer DJ. Era nesse ambiente que Lacerda nos conduzia.
— Venham comigo.
disse ele, exibindo um sorriso que revelava sua predileção por se fazer parecer mais importante do que realmente era.
O segurança da área VIP nos permitiu a entrada sem fazer qualquer pergunta. Assim que a pesada porta se fechou atrás de nós, quase todo o som da pista ficou abafado. O ambiente era amplo e se destacava pelos sofás de couro preto alinhados contra as paredes, mesas baixas repletas de garrafas abertas, taças com restos de líquidos e gelo derretido. O ar estava impregnado com a mistura d