capítulo 117

📓 Narrado por Miguel — Sábado, 11h10 da manhã

O barulho da porta batendo ainda tava no ar.

Mas o silêncio que ficou depois… foi o pior som que eu já ouvi.

Fiquei ali, parado, olhando pro nada, com a mão ainda estendida como se o corpo não tivesse entendido que ela tinha ido embora.

A respiração veio curta, o peito travando, e o quarto… parecia pequeno demais pra conter o que eu sentia.

Passei as mãos no rosto.

O cheiro dela ainda tava ali.

No ar, no meu pescoço.

E isso me destruiu mais do que a própria ausência.

> “Apaga a luz, Miguel…”

“Assim tá bom, não acende…”

“No escuro é melhor.”

As lembranças vinham em ondas, batendo, batendo, até me afogar.

E foi aí que eu percebi.

Tarde demais.

— Merda… — murmurei, a voz embargada. — Era por isso.

Era por isso que ela apagava a luz.

Era por isso que se encolhia quando eu encostava.

Era por isso que o escuro era o único lugar onde ela se deixava inteira.

O corpo dela carregava cicatrizes que ela nunca me
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