A manhã parecia um convite para Clarice, mas ela não sabia exatamente o que estava sendo chamada a fazer. A Casa estava quieta, como se tivesse decidido suspender o tempo para ela. O vento entrava pela janela, trazendo consigo o cheiro de terra, folhas molhadas, algo que ela não conseguia nomear, mas que a tocava profundamente.
Sentou-se na mesa da cozinha, seus dedos tocando a borda da xícara de chá de erva-doce, ainda fumegante. O dia, mais uma vez, estava suspenso, como se houvesse algo esperando para ser entendido. Ela não sabia o quê, mas o sentir era inevitável.
Sol entrou na cozinha com seus passos leves, como uma brisa, e se aproximou. Ela não disse nada de imediato, apenas olhou para Clarice e depois para a xícara, o vapor subindo. Era como se a casa estivesse em compasso com as suas emoções.
— Não dormiu bem? — perguntou Sol, quebrando o silêncio com a suavidade de quem já sabia a resposta, mas ainda assim queria ouvir.
Clarice levantou os olhos, sua expressão calma, mas hav