Bianca acreditava que já tinha visto de tudo.
Crises, escândalos, quedas calculadas e ascensões manipuladas. Pessoas fortes quebrando em silêncio, pessoas fracas vendendo a própria dignidade por migalhas de poder. Ela conhecia o roteiro. Sempre conhecera.
Por isso, ao ler o texto de Patrícia pela terceira vez, sentiu algo que não combinava com sua trajetória.
Irritação misturada com incerteza.
Não havia pedido de desculpas. Não havia justificativa. Não havia negação desesperada. Patrícia não se explicara. Ela se posicionara.
— Ela não está jogando — Bianca murmurou. — Está se colocando fora do tabuleiro.
E isso era inaceitável.
Naquela mesma manhã, Bianca tomou uma decisão que, em sua mente, parecia lógica demais para falhar.
Se não podia destruir Patrícia como mulher, tentaria fazê-lo como mãe.
O movimento veio rápido e silencioso.
Um dossiê anônimo foi enviado a três instituições diferentes: ao conselho médico, a um grupo conservador conhecido por pressionar gestantes em situações “