Eu tentei não parecer deslocada quando entrei naquele shopping. Sabia exatamente onde estava — já tinha vindo ali antes, várias vezes, na verdade. Stevan adorava me mimar com coisas caras, restaurantes finos, vitrines que brilhavam mais do que a minha vontade de estar ali com ele. Mas eu nunca me senti confortável com esse tipo de coisa. Depois que percebi que todos aqueles presentes tinham segundas intenções — uma forma disfarçada de posse —, cortei qualquer vínculo que tivesse cheiro de luxo em nome de alguém. Inclusive com ele.
Mesmo assim, eu estava ali de novo. Andando entre vitrines iluminadas, paredes de vidro, manequins impecáveis, gente apressada e perfume caro no ar. Meu estômago revirava. Talvez fosse nervosismo. Ou só saudade de uma vida que nunca me pertenceu, mas que por um tempo tentei convencer a mim mesma que era minha.
E então a vi. Ivana.
Ela me viu antes que eu pudesse fingir estar olhando outra coisa. O rosto dela se iluminou com um sorriso espontâneo, tão genu