— Não acho que seu amigo gostaria de me ver lá — respondi, baixando o tom. — Já estamos há uma semana nos esbarrando, e ele nem sequer aparece. Eu sei que ele está em casa, Ivana. Ele só não suporta me ver.
Ela não tentou negar. Seus olhos baixaram um pouco. Parecia triste também.
— Eu sinto muito por isso — ela disse, sincera. — Eu prometo que ele é um bom homem. Não que isso importe agora…
Ficamos em silêncio por alguns segundos. Ela foi experimentar o vestido. Depois, mais três lojas, mais algumas risadas contidas. E bolsas. Muitas bolsas. Apesar de tudo, o encontro não foi um desastre. Pelo contrário. Foi… tranquilo. E isso me assustou.
Porque Ivana não era o que eu imaginei. Não era aquela figura inalcançável, perfeita, que eu tanto temi. Ela era só uma mulher. Uma mulher sozinha, doce, tentando ser feliz. E, talvez, tentando ter uma amiga. Quando estávamos indo embora, me despedi com um sorriso cansado.
— Então é isso, Ivana. Foi bom te encontrar. Obrigada pelo convite. M