O quarto cheira a frio e a remédio.
Mas há algo mais no ar — uma calma mentirosa, como se o tempo tivesse decidido andar devagar pra enganar a dor.
O som das máquinas é o único que respira por nós dois.
Cada bip parece um lembrete de que ele ainda está aqui.
Cada pausa me faz esquecer como se respira.
Alec está deitado, pálido demais, os fios de cabelo grudando na testa, o peito subindo com esforço.
Mesmo assim, quando o vejo, tudo dentro de mim se aquieta.
Ele é o centro da minha bagunça. Sempre foi.
Dou dois passos e paro ao lado da cama.
Os olhos âmbar dele se abrem, e é como se o mundo inteiro coubesse neles.
Aquele tom quente, entre o mel e o pôr do sol, ainda consegue me fazer acreditar que nada de ruim pode ser permanente.
— Ei… — ele sussurra, rouco, mas tentando parecer leve. — Achei que você tivesse fugido.
— Fugir de quê? — sorrio sem graça. — De você? Nem se quisesse.
Ele ri baixo, mas o som se quebra no meio, como se o ar fosse pesado demais.
— Não é um bom lugar pra te t