Acordei com a cabeça zunindo e o coração ainda lembrando o ritmo da noite anterior.
O beijo.
A forma como o mundo ficou em silêncio por alguns segundos.
E, depois, o caos que voltou com o Maikon tossindo no corredor.
Passei metade da madrugada me perguntando o que aquilo significava.
A outra metade, tentando convencer a mim mesma de que não significava tanto assim.
Quando desci pra cozinha, a cena me recebeu com café, pão e ironia.
— Dormiu bem, amor? — perguntou mamãe, com um sorriso que já denunciava fofoca.
— Normal, por quê?
— Ah, nada. Só ouvi o Maikon dizendo que o Alec foi embora meio tarde...
Quase engasguei com o café.
— Mãe!
— O que foi? — ela perguntou, fingindo inocência.
Maikon riu atrás da caneca. — É, mãe, tarde tipo “o último a sair apaga a luz”.
— Maikon!
— Tô só dizendo!
Mamãe ergueu as mãos, divertida.
— Relaxa, filha. O garoto parece decente.
“Decente.” Se ela soubesse o caos que aquele sorriso carrega, retiraria cada sílaba.
A campainha tocou, me salvando da tortu