No mesmo instante, o vinho escorreu lento pela taça, refletindo a luz das velas como se carregasse segredos antigos. A varanda mergulhou num silêncio que não era vazio, era quase sufocante, era denso, cheio de perguntas não ditas, cheio de corações que batiam em ritmos descompassados.
Ian mantinha o olhar fixo nas estrelas, mas Olívia sabia que ele estava em outro lugar. As palavras dele ecoavam na mente dela: “Se eu te contar, você vai me odiar.”
Ela sentiu um arrepio na espinha. O coração disparando como se tivesse escutado um aviso proibido. As mãos tremiam levemente em torno da taça de vinho. Parte dela queria insistir, arrancar dele o segredo, descobrir o que escondia por trás daquela sombra. Mas havia outra parte, mais forte, que temia a resposta. Que temia o peso de uma verdade capaz de afastá-la dele para sempre.
Os olhos de Ian estavam pesados, escuros, como se estivessem pedindo silêncio. Ali ela teve a certeza que talvez não estivesse pronta para ouvir a resposta.
Ela recuo