O ar da biblioteca parecia mais pesado do que de costume. O relógio antigo marcava os segundos em batidas secas, como se zombasse do silêncio entre eles. A quietude densa, sufocante.
Olívia estava em pé, braços cruzados, coração acelerado, mas o corpo rígido, como se fosse desmoronar se desse um passo a mais. Ainda sentia a pele arder onde os lábios dele tinham estado, mas não queria admitir. O peito doía pelo orgulho e pelo medo de dizer a coisa errada.
E Ian... Ian a olhava como se fosse uma pergunta sem resposta. Permanecia diante dela, parado, com o rosto ainda levemente marcado pelo tapa, mas os olhos firmes, escuros, fixos nela.
Por longos segundos, nenhum dos dois ousou falar.
O orgulho os amarrava. O medo os calava.
Até que Ian, respirando fundo, deixou a voz escapar, quebrando o silêncio:
— Sobre Carolina…
O nome caiu entre eles como uma pedra no lago. Olívia cerrou os olhos e prendeu o ar, preparada para ouvir a confirmação dos seus piores pensamentos.
Mas ele continuou, re