A volta para a mansão foi feita em um silêncio diferente. Não era mais a tensão elétrica da ida, nem a tranquilidade violada da madrugada. Era um silêncio carregado de propósito. Matheus dirigia com uma concentração absoluta, mas sua mente claramente não estava toda na estrada. Carla, ao seu lado, observava a paisagem passar, sua mão sobre a dele no câmbio. Ela não perguntou sobre o tablet, sobre a noite em claro. Sabia que as engrenagens já estavam em movimento.
Mal haviam entrado pelos portões da propriedade Moretti, Matheus fez uma ligação breve.
— Preciso te ver.O lugar de sempre. Uma hora. —
Sem esperar resposta,desligou. Virou-se para Carla, que esperava no hall de entrada. — Preciso resolver um assunto. Não vai demorar.
Ela acenou com a cabeça.
— Vou até Olívia.
O “lugar de sempre” era um bar de hotel três estrelas perto do aeroporto, o tipo de lugar onde ninguém olha para ninguém. Matheus chegou primeiro, escolheu um booth no fundo, de costas para a parede, vista para a entrad