O vento soprava frio entre as lápides, carregando o cheiro de terra molhada e flores murchas. Quando os passos de Ian se afastaram, um silêncio profundo desceu sobre Olívia, quebrado apenas pelo sussurro das folhas e o distante murmúrio da cidade. Ela estava sozinha. Sozinha com o túmulo fresco de Benjamin.
Por um longo momento, ela apenas ficou parada, suas mãos entrelaçadas diante do vestido preto. A terra solta, de um marrom escuro e fértil, parecia uma ferida aberta na grama bem cuidada do cemitério.
— Benjamin — ela começou, sua voz um sussurro rouco que o vento quase levou. — Eu... não sei nem por onde começar.
Ela engoliu em seco, sentando no banco de pedra frio à beira do túmulo.
— Você me magoou tanto. Mentiu para mim. Usou o nosso amor. Fez escolhas terríveis. — As palavras saíam agora, um fluxo constante de dor e verdade reprimida. — Por anos, carreguei raiva de você. Raiva que virou desprezo, que virou pena.
Um soluço lhe escapou, mas ela continuou.
— Mas ontem... você me