O primeiro som que Ian ouviu não foi externo. Foi o martelar selvagem de seu próprio coração, batendo contra as paredes de seu peito como um animal enjaulado.
Seus dedos, frios e certeiros, encontraram o celular. Ele discou o único número que importava naquele momento.
— Matheus. — O nome saiu como um comando, um rugido baixo e gutural. — Cozinha. Agora.
Não houve "alô", não houve perguntas. Do outro lado da linha, apenas o som de movimento imediato. Matheus conhecia aquele tom. Era o tom que precedia o caos.
Segundos depois, passos firmes e acelerados ecoaram pelo corredor de mármore. Matheus surgiu na porta, sua silhueta imponente bloqueando a luz do hall. Sua respiração estava controlada, mas seus olhos, afiados como os de um falcão, varreram a cena em um instante — Ian, tenso como um fio de aço; Olívia, pálida e tremendo levemente. Ele não precisou de um relatório. A verdade estava estampada no ar eletrizado.
Foi então que Olívia testemunhou a transformação. Com uma naturalidade