"Você me aceita de volta?"
A pergunta de Ian não era apenas um som. Era uma entidade viva que se instalou no espaço entre eles, pesada e pulsante, como um segundo coração batendo no centro da biblioteca. Ela girava na cabeça de Olívia, cada sílaba um eco que encontrava ressonância em feridas mal cicatrizadas e esperanças teimosas.
O mundo não apenas parou; ele desacelerou até que cada partícula de poeira dançando num raio de lua parecesse carregar o peso de seu futuro. O ar na biblioteca tornou-se denso, melado, quase irrespirável, saturado com o cheiro de livros antigos e o desespero contido de duas almas à beira do abismo. Olívia sentiu as lágrimas não como uma ameaça, mas como uma presença física, uma pressão quente e familiar por trás de seus olhos. Ela não sabia nomeá-las — eram de dor pelo passado que os assombrava? De um amor teimoso que se recusava a ser extinto? De pavor diante do futuro que Ian propunha? Ou era o coquetel intoxicante de tudo isso, uma mistura perigosa que am