A porta da mansão Moretti abriu-se com um rangido profundo e solene, um som que parecia vir não das dobradiças, mas das próprias entranhas da casa. O ruído ecoou pelo saguão vazio, um lamento que se perdeu nas sombras alongadas do entardecer. Ian atravessou o limiar, e o silêncio o atingiu como um golpe físico.
Era um silêncio pesado, absoluto. O tipo de quietude que só existe em lugares onde a vida já não habita.
Sem o avô para preenchê-lo com sua presença imponente e suas histórias de outro tempo.
Sem Olívia para iluminar os cantos com seu riso contido e seu olhar perspicaz.
Sem Léo para trazer o caos alegre de brinquedos espalhados e passos correndo pela escadaria de mármore.
Aquele luga parecia agora um mausoléu. O lar da família Moretti, outrora um símbolo de poder e legado, estava reduzido a paredes frias e memórias quebradas, um casulo vazio de seu significado.
Seus passos ecoaram no mármore polido enquanto se aproximava da mesa de entrada de carvalho maciço. Ele passou os dedo