O relógio de parede marcava onze e sete quando Carolina pressionou o botão de desligar da televisão, suas mãos trêmulas fazendo com que o controle quase escorregasse de seus dedos. A luz azulada da tela moribunda refletia em seu rosto pálido, iluminando os traços de alguém que acabara de assinar sua própria sentença. As palavras do noticiário ainda ecoavam em sua mente, cada sílaba um martelo batendo em sua consciência: "Diana Moretti. Morte cercada de mistérios volta à tona após anos de silêncio."
Ela apertou o controle remoto com tanta força que o plástico rachou sob sua pressão.
— Eu nunca quis isso... — a confissão escapou de seus lábios em um sussurro quebrado. — Eu jurei levar esse segredo para o túmulo.
A sala de estar, outrora um santuário de elegância calculada, agora parecia uma cela. As cortinas de velpeso pesado, o cheiro enjoativo do vinho tinto derramado sobre a mesa de centro, os quadros perfeitamente alinhados, nada mais importava. Tudo que restava era o peso esmagador