O ar no quarto pareceu se solidificar. Olívia sentiu as palavras de Ian como um golpe físico, cada sílaba ecoando em seu peito com a força de um martelo.
"Eu sou o responsável pela morte da minha mãe."
O silêncio que se seguiu foi tão absoluto que até o monitor cardíaco de Nicolau pareceu hesitar em seu bip constante, como se a própria máquina reconhecesse a gravidade da confissão. Olívia permaneceu imóvel, suas mãos trêmulas ao lado do corpo, enquanto assimilava o peso daquelas palavras. Nicolau fechou os olhos, sua cabeça afundando nos travesseiros com um suspiro que carregava o cansaço de décadas.
— Ian... — a voz de Olívia emergiu como um fio de som, frágil mas determinada. — O que você está dizendo? Explique-me isso, por favor.
Mas Ian já havia se desconectado do presente. Seus olhos estavam vidrados, fixos em alguma memória distante e dolorosa. Ele recuou em direção à porta, seus passos descoordenados, sua respiração ofegante.
— Não... não agora — ele murmurou para si mesmo, com