O mundo desacelerou até parar. A tempestade, o frio cortante, o rugido ensurdecedor do mar; tudo se dissolveu em um vácuo silencioso.
Havia apenas o contato, o peso do corpo de Olívia em seus braços, o calor tênue de uma vida que teimosamente se recusava a ser extinta.
— Léo... — o sussurro dela foi um fio de voz, frágil como vidro, mas cada sílaba atingiu Ian como um raio. — Ele... precisa de mim. Ele... — uma crise de tosse a sacudiu, o corpo todo estremecendo contra o dele. — Ele precisa de você.
O coração de Ian pareceu parar e então reiniciar com uma brutalidade que lhe roubou o ar. Naquelas palavras simples, entrecortadas pela dor e pelo esgotamento, havia uma verdade mais poderosa que qualquer declaração de amor. Em meio à ruína, ao sal e ao sangue, ela o escolhia. Não por paixão, não por dever, mas por pura, crua necessidade. E naquele instante, isso era tudo que importava.
Ele a puxou com mais força contra o peito, como se seu próprio corpo pudesse servir de escudo contra