A música na mansão já não era melodia, mas um zumbido agonizante, um coração artificial mantido vivo por pura ostentação. As risadas dos convidados soavam falsas e distantes, ecos de um mundo que Ian sentia desmoronar. A noite perfeita, meticulosamente arquitetada para consagrar o poder dos Moretti, começava a exalar o odor acre do fim.
Ian perambulava entre os salões como um sonâmbulo em um pesadelo. Seu terno permanecia impecável, seu rosto uma máscara de granito, mas seus olhos contavam outra história. Havia uma fratura naquele olhar, uma rachadura que nem toda a luz dos cristais conseguia iluminar.
— Senhor Moretti, belíssima celebração! — cumprimentou um político, estendendo a mão.
Ian ignorou o cumprimento,seus olhos varrendo a multidão.
— Você viu minha esposa?
— Bela noite para um novo começo,não é? — tentou outra socialite.
— Olívia? — ele perguntou a um grupo de convidados, que trocaram olhares confusos.
Seu instinto gritava mais alto que a lógica. Algo estava errado. Terri