O hospital parecia prender o ar nos corredores. As luzes brancas eram intensas demais, o chão brilhava de forma quase cruel. Tudo ali gritava urgência, mas o tempo… o tempo parecia não andar.
Quando Clara entrou, não foi apenas sua presença que preencheu o espaço, foi o veneno que trazia nos olhos.
O salto dela ressoou pelo piso como se cada passo fosse um anúncio de guerra.
Olívia congelou. Por um instante, o instinto falou mais alto que a razão. Avançou um passo, o corpo trêmulo, a fúria queimando nos olhos.
— Você… — a palavra ficou suspensa, quebrada pela raiva.
Mas antes que pudesse fazer mais, Ian a segurou, prendendo-a contra o peito dele. O calor da raiva dela contrastava com a frieza calculada dele.
As mãos dele prenderam seus braços, firmes, quase bruscas, como um grilhão que a impedia de se jogar.
— Não. — ele disse, grave, a voz baixa, mas cortante.
Os olhos dele cravados nos dela exigiam controle.
Olívia se debatia, as lágrimas subindo com a fúria. — Você ouviu o que ela