O mundo parecia ter parado dentro daquele banheiro.
O sangue no chão já não chamava tanto a atenção quanto a presença dele. Ian.
Olívia sentia o corpo tremer inteiro, não pelo homem desacordado, mas porque Ian ainda estava ali, os olhos escuros cravados nela, queimando como se fossem capazes de arrancar cada segredo que guardava.
O ar estava denso, a música abafada do lado de fora virava apenas batidas de coração. O dela. O dele. Um som que se misturava e a enlouquecia.
— Você enlouqueceu? — ela sussurrou, a voz frágil, mas raivosa. — Precisamos parar.
Ele não respondeu. Apenas se aproximou mais, até o calor do corpo dele tocar a pele dela sem que tivesse encostado. O perfume dele a envolveu como uma droga conhecida, perigosa.
Olívia encostou ainda mais as costas contra a parede fria, como se o azulejo pudesse impedi-la de cair. Mas era inútil.
— Você não entende, não é? — Ian murmurou, baixo, rouco, o rosto perto demais. — Eu não aguento… não mais. Desde a primeira vez que te vi, eu