Tem açúcar

Saulo Prado

Angelina estava vermelha. Por mais que os anos a tivessem mudado, ainda havia nela a mesma chama que me fazia perder o controle. Só que a sombra da garota na porta denunciava que estávamos sendo observados.

- Por favor, pare. - ela pediu, os olhos verdes faiscando entre desejo e medo.

Engoli seco, controlando o impulso de continuar. Afastei os dedos dela, mas os levei à boca, saboreando lentamente. - Precisamos conversar. - falei, meu olhar indo até a porta de vidro.

- Sobre o quê, Saulo? Pare com isso! - ela insistiu, descendo da mesa com pressa.

- Sobre o seu caso. - murmurei, ainda encarando seus olhos. - Posso te esperar?

Ela franziu a testa, confusa. Só então se virou, percebendo que alguém observava.

- Claro... pode. Houve algum problema com as documentações? Foi por isso que veio pessoalmente? - perguntou, tentando recuperar o tom profissional.

- Quis e quero conhecer melhor a cidade... os escritórios. - respondi, pouco me importando com as desculpas. Meu corpo gri
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