Talvez sogra

Angelina Da Costa

O portão mal tinha se fechado atrás de nós e já senti o ar diferente, mais leve, mais fresco. Não era só por causa da madrugada, era aquele silêncio profundo, quase intacto, que só se encontra no interior. O cheiro de mato molhado ainda vinha grudado no meu cabelo, depois da cachoeira, e eu me sentia um pouco deslocada... encharcada, com as roupas emprestadas do Saulo, e prestes a conhecer a mãe dele assim, sem preparo.

Laura Ribeiro surgiu na porta como se o sono não a tivesse atingido em cheio. O cabelo preso de qualquer jeito, um casaco mais grosso jogado sobre os ombros, e um sorriso caloroso, que não parecia forçado.

- Porque não disse que vinha, filho?- disse, olhando direto pra mim, como se tentasse adivinhar tudo que eu não dizia. - Entrem, está frio.

A casa era... linda. Não no sentido moderno, mas naquele jeito de lar vivido. Pé-direito alto, paredes em tons claros, e móveis antigos polidos, como se cada peça tivesse sido guardada com cuidado. Lá fora, o so
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