Saulo Prado
Fiquei perdido.
Atordoado.
Ali no meio da recepção, sem ela, sem estrutura.
Casos demais para um advogado substituto. Toda minha atenção estava no caso do Sávio, mas de repente surgiu o senhor Braga… e minha assistente, minha suposta assistente, simplesmente sumiu.
Fugiu?
Me deixou com um desconhecido fosse como cliente, fosse como caso.
Voltei para a sala tentando controlar a situação. Mas como?
Braga e o assistente me encaravam. Eu, desesperado, digitava no sistema tudo que encontrasse com o sobrenome Braga.
Cento e quarenta e oito arquivos apareceram.
Merda.
Levantei. Fiz uma varredura nos arquivos físicos, revirando pastas, caixas, tentando achar algo que me salvasse.
Nada.
Só casos antigos. Mortos.
Encontrei o bloquinho amarelo que ela tinha deixado na minha mesa. Três anotações soltas, nenhuma delas útil.
Sem ela, eu estava nu naquela sala.
Nu, descalço e desarmado.
De que adiantava meu diploma?
Me odiei por não conseguir resolver sozinho. Me odiei por ter confiado t