Camila entrou na sua sala e, ao se virar, indicou com a cabeça para que eu entrasse. Meus passos, ao atravessar a porta, carregavam a incerteza de se eu realmente deveria contar aquilo. Ela era uma desconhecida.
Mas se eu não entrasse por aquela porta, mesmo sendo a mulher mais covarde do mundo, morreria sufocada com tudo que estava por dentro. Dei dois passos e o simples som da porta se fechando pareceu ecoar em minha mente.
– Quase transamos! – A confissão saiu de forma aleatória, eu sequer tinha coragem de olhar para ela. Esperava uma risada, um sinal de culpa, e tudo o mais. A minha idade não me deixava pensar de outra forma.
– Quase? – Camila perguntou em um tom de grito, que eu sequer saberia decifrar.
Ela jogou a bolsa sobre a cadeira preta atrás da mesa, praticamente se sentando por cima, ainda segurando as bordas da mesa marrom.
Eu a observava em silêncio, sem conseguir levantar a cabeça. Era vergonhoso demais para mim.
– Como assim "quase", Lina? Aquele homem te olha como se