Preso a um corpo

Saulo Prado

Enviei rosas para Angelina. Eu me sentia disposto a lutar por ela, por nós Não importavam os filhos, nem o passado, embora eu soubesse o peso que isso carregava. Esperava ao menos uma resposta, um agradecimento... mas a noite caiu e nada dela.

Cheguei em casa e, antes de entrar, olhei para a casa verde e branca à frente, vendo o carro prata estacionado na porta. Estranho. Ela planejava sair? Depois de um expediente inteiro? A dúvida me incomodou, mas decidi não pensar demais.

Entrei em casa. O barulho do aspirador já se anunciava antes mesmo de eu cruzar a sala. Minha mãe, curvada sobre o sofá, terminava de limpá-lo.

- Oi, mãe. - Me aproximei e beijei sua testa.

Ela desligou o motor e me encarou séria:

- A tua mulher não saiu do quarto o dia inteiro, Saulo.

Olhei para a porta do quarto, perguntando a mim mesmo como Frantesca conseguia dormir tanto. Passava o dia inteiro deitada e, ainda assim, à noite dormia tranquilamente. Ou talvez seja cansaço pelo excesso de telas?

- O
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