Angelina Garcia
A cozinha estava escura, iluminada apenas pela claridade da rua que entrava pela janela. Eu não escutava mais nada, só a minha respiração acelerada, o sangue correndo no ouvido, e o som molhado da língua de Saulo entre as minhas pernas.
A cena era absurda. Indecente. Irreal.
Eu, com as coxas abertas, sentada na banqueta da minha própria cozinha. Ele, ajoelhado, faminto, como se estivesse se alimentando da minha alma pela b0ceta.
Minha cabeça encostou no armário atrás, e eu me segurei ali sobre os seus ombros, os olhos fechados, a boca entreaberta. Era tanto, era demais. Eu queria fugir, e queria implorar pra ele não parar nunca mais.
— Por favor, Saulo… — sussurrei, quase sem ar. — Você não tem noção do que faz comigo…
Mas ele tinha. Ele sabia. Porque não recuava, não descansava, e cada movimento da língua era mais fundo, mais certo, mais íntimo. Como se tivesse estudado o meu corpo nos detalhes.
Minhas pernas tremiam. Minhas mãos agarravam seu cabelo loiro claro.
Eu