Angelina Da Costa:
Laura Ribeiro era mais leve do que eu imaginava. Quando Saulo me convenceu a conhecê-la, esperava uma mulher dura, do tipo que tratava o filho como um bebê eterno, como minha ex-sogra fazia com Raul. Mas Laura tinha um jeito prático, despretensioso, que me surpreendeu.
Até o ciúme dela era diferente.
- Uma sem-vergonha, essa! - resmungou, pegando uma esponja amarela da prateleira ao meu lado. - Deve ser daquelas que fazia ele sumir por dois ou três dias.
Tentei manter o tom neutro, apontando para as esponjas verdes.
- A amarela arranha panelas, senhora Laura. Melhor usar a verde para louça.
Ela ignorou o conselho, franzindo o nariz na direção de Saulo, que empurrava o carinho distraido a alguns metros adiante.
- Você não se incomodou? Se fosse meu namorado, eu quebrava ela. E ele também.
Soltei uma risada fraca. Claro que me incomodei. Aquele abraço, a forma como a tal Emily se esfregou nele como se fosse dona... Meus dedos chegaram a coçar, imaginando puxar aquel