Angelina Ribeiro
O volante tremia nas minhas mãos, mas não tanto quanto as minhas pernas. O caminho até o laboratório pareceu interminável. Eu já sabia. O corpo gritava, cada enjoo, cada lágrima descontrolada, cada sensação estranha que me invadia. Mas ver o sangue sendo coletado, sentir a agulha entrar na pele e imaginar o resultado me deixou ainda mais ansiosa. O diagnóstico já estava dentro de mim, eu só precisava da confirmação.
Segui para a empresa, tentando me esconder na rotina. Fiquei na sala olhando papéis que não faziam mais sentido. Minhas mãos tremiam sobre a mesa quando o celular vibrou. Diogo.
Suspirei fundo antes de atender.
- Alô?
A voz dele veio mais suave do que eu esperava, mas carregada de algo estranho.
- Como você está? Está tudo bem? Vocês estão bem?
Fechei os olhos, engoli em seco.
- Diogo... você já perguntou isso mais cedo. Por que está repetindo? Estamos em risco? O que aconteceu?
Um silêncio pesado, a respiração dele no outro lado. Por um momento achei q