Saulo Prado
Tudo parecia se encaixar naquele ambiente, o luxo, a ostentação, e o requinte do sobrenome Prado.
Era um lugar onde o dinheiro falava mais alto, onde a justiça podia ser comprada e vendida como se fosse qualquer outro bem de consumo.
Os clientes chegavam com valores já prontos, esperando apenas um empurrãozinho para garantir o que desejavam. Não havia confrontos, nem debates acalorados sobre o que era certo ou errado. Todos se vendiam por dinheiro. E, no meio de tudo isso, eu também não estava para fazer diferente naquele lugar.
Minha atenção se voltou para Lina. Ela estava novamente na porta, desconcertada, como se estivesse tentando entender algo que estava fora de seu alcance. Sua hesitação era quase palpável, como se estivesse buscando a maneira certa de me comunicar.
O leve toque na cabeça, uma tentativa de se dar um pouco de espaço, me fez sorrir de forma quase imperceptível. Eu já estava acostumado a esse tipo de reação. Eu era novo ali, e isso explicava parte de