Júlio
Fazia três dias que a proposta da Luiza vinha me atormentando como um parasita enraizado no meu cérebro. Desde aquela noite no galpão, eu e o Lucas não nos falamos mais direito. Ele estava visivelmente perturbado, e eu... eu estava cansado de fugir.
Olhei pela milésima vez para o envelope sobre a mesa. Dentro dele, um contrato escrito por um advogado contratado pela própria Luiza. Uma confissão pronta. Uma quantia absurda em jogo. E uma promessa: que quando eu saísse da cadeia, minha vida estaria garantida. Se eu saísse, claro.
Peguei o envelope e balancei na mão. Tudo o que ela queria era que eu lesse aquele papel em voz alta diante de um delegado. Que dissesse que agi por conta própria, sem envolvimento do Augusto. Ela cuidaria do resto.
Eu já tinha cometido erros demais. Mas não era idiota. Sabia que Luiza estava jogando pesado, e se nenhum de nós topasse, ela poderia simplesmente inventar provas contra a gente. Plantar evidências. Fácil pra quem tem dinheiro e raiva acumulad