Luiza
Quando recebi a mensagem confirmando que Júlio havia se entregado, deixei escapar um sorriso. Não um sorriso de alegria, mas de alívio. Eu estava sentada no meu carro, estacionado em uma rua escura, com os vidros fechados e o ar-condicionado ligado no mínimo. Meus dedos tamborilavam o volante com impaciência havia horas. Estava esperando por aquilo como quem espera um diagnóstico terminal — não por medo, mas por fim. Aquele fim significava uma nova etapa, uma abertura estratégica para minha vitória definitiva.
— Finalmente... — murmurei, abrindo o celular para reler a mensagem. Breve, objetiva: "Ele foi. Está na cela. Assumiu tudo."
Suspirei longa e lentamente, como quem solta um peso do corpo. Não era um alívio completo, mas era o início do fechamento de um ciclo. Júlio tinha feito a parte dele. Ele sabia que, em troca, teria o que eu prometi: dinheiro suficiente para recomeçar em qualquer lugar do mundo, e a garantia de que não seria esquecido. Eu cumpro promessas, principalme