Lara
A notícia da prisão de Augusto chegou como um trovão no meio de uma tarde abafada. Eu estava sentada na varanda com uma xícara de chá morno entre as mãos, tentando controlar os batimentos acelerados do meu coração, quando Alexandre entrou apressado com o celular ainda na mão e o olhar fixo em mim.
— Eles prenderam o Augusto. Agora é oficial. Prisão preventiva decretada. Tentativa de homicídio. — Ele parecia calmo, mas eu o conhecia o suficiente para saber que aquela tranquilidade era a camada superficial. Por dentro, ele estava em ebulição.
Coloquei a xícara sobre a mesinha de ferro ao meu lado e levei a mão à minha barriga, como se o toque pudesse proteger o que eu carregava dentro de mim daquele mundo de ameaças e incertezas. O gesto, ultimamente, vinha de forma automática. Sempre que o medo surgia, eu buscava o calor que vinha da nova vida crescendo ali.
— Eu sabia... — murmurei, tentando engolir o gosto amargo da confirmação. — Eu sabia que ele estava por trás disso. E a Luiz