Seguimos para dentro da casa, onde a enorme árvore de Natal já ocupava o canto da sala, quase terminada. As luzes piscavam, refletindo nos enfeites reluzentes que ainda estavam espalhados pelo chão, junto com laços delicados e caixas de presentes. O cheiro de pinho misturado ao calor da lareira criava uma atmosfera acolhedora, quase capaz de disfarçar a tensão que me acompanhava.
A mãe de Ethan ajeitava uma guirlanda sobre a lareira. Ao nos ver, abriu um sorriso caloroso.
— Ah, que bom que vocês vieram. Faltam só os enfeites e, claro, a estrela do topo.
Abaixei-me para pegar algumas bolas brilhantes, tentando focar na tarefa, mas o olhar de Helena queimava na lateral do meu rosto. Ela estava próxima demais de Ethan, como se ainda reivindicasse o espaço ao redor dele. Fingindo naturalidade, ergueu a estrela dourada nas mãos.
— Ethan, você se lembra, não é? Colocar a estrela no topo é a nossa tradição. Sempre foi.
Minha mão congelou no galho onde estava prestes a pendurar uma bola ver