Narrado por Zeus Marino
O som do vento batendo nas janelas era o único ruído dentro da casa. Do lado de fora, o jardim parecia quieto demais — o tipo de silêncio que antecede uma tempestade. Eu estava de pé, encarando o mapa aberto sobre a mesa da sala principal. Linhas vermelhas marcavam portos, rotas, fronteiras. O velho costume de planejar a guerra antes que ela chegasse até mim.
Mas dessa vez, ela não estava vindo por poder.
Estava vindo por vingança.
Enzo entrou sem bater.
— As confirmações chegaram. O navio atracou em Bari ao amanhecer. São homens da família Kodra.
— O pai da Besa. — murmurei.
— Ele trouxe reforço. Uns trinta homens bem armados. Estão espalhados pelo interior. Dizem que vieram em “visita diplomática”.
Soltei um riso curto, sem humor. — Diplomacia não chega de metralhadora na mão.
Enzo me olhou com o mesmo medo que tentava disfarçar. — E o Ares?
— Ares está tentando conter o conselho, mas sabe que é questão de tempo até o velho fazer um movimento.
Fiquei em silên