Narrado por Ares Marino
A madrugada costuma ser silenciosa. Aqui, pelo menos, deveria ser.
Mas não era.
Meu celular apitou às 3h47 da manhã. Uma notificação de segurança. Algo tinha sido desativado no sistema central. O portão 3, zona sul da propriedade, ficou sete minutos com a trava liberada antes de alguém perceber e reativar. Sete minutos.
Sete minutos são suficientes pra invadir, matar e desaparecer sem deixar vestígio.
— Quem desativou? — murmurei, jogando a coberta de lado e pegando o tablet que controla as câmeras. Eu durmo com ele do lado da cama. Sou paranoico, não idiota.
Toquei o vídeo da última hora. A imagem era nítida.
Ali estava Marco Torres, segurança de confiança. Um dos meus mais antigos. Andava de um lado pro outro com a cara fechada, como sempre. Às 3h38 ele passou pela entrada sul, olhou pros lados e sumiu do alcance da câmera. Às 3h39 a trava do portão 3 caiu.
Minha mandíbula trincou.
— Marco... se você estiver fazendo merda, eu vou acabar com a sua árvore genea