Narrado por Zeus
Enzo entrou sem bater, com o celular já aberto no mapa.
— Atualização: ela trocou de ônibus em Vitoria-Gasteiz. Comprou passagem pra Irun. Se não mudar o padrão, cruza a fronteira ainda hoje.
Eu não pisquei.
— Continua rastreando até o destino final. Não intercepta. Se ela pisar em solo francês, eu quero a confirmação em tempo real.
— Copiado.
Ele saiu. Fechei a pasta sobre a mesa. Léa era um veneno controlado — uma linha que eu ainda podia puxar quando precisasse. Mas o antídoto da noite tinha outro nome.
O rádio interno estalou.
— Reunião. Agora. — Apolo.
Desci para a sala de guerra. Ares já estava em pé, punhos cerrados, molas de aço sob a pele. Apolo tinha o mapa da Espanha aberto, com alfinetes vermelhos espetados no coração dos nossos problemas.
— Achamos o buraco do rato — ele disse, batendo a caneta num círculo entre Aranjuez e Ocaña. — Uma finca abandonada na beira da A-4. Transformaram em bunker: muro alto, câmeras térmicas, dois portões, gerador, rádio próp