Narrado por Isabella
A casa estava mergulhada em silêncio. O tipo de silêncio que não conforta. Que pesa. Que grita.
Desde que voltamos do galpão, desde que eu atirei em Marcos com as minhas próprias mãos, tudo dentro de mim parecia quieto. Mas não era paz. Era outro nome pra guerra.
Eu o matei.
E não me arrependo.
Mas não dá pra fingir que não mudou algo aqui dentro.
Ares tem tentado não me deixar sozinha. Me observa em silêncio, toca meu rosto com cuidado, prepara meu chá favorito como se cada detalhe fosse uma forma de me lembrar que eu estou viva — e segura. Mas nem ele consegue esconder a tensão que se espalhou pela mansão. Apolo circula com os olhos atentos, armas são limpas no corredor da cozinha, e toda hora algum guarda novo é apresentado.
Tem algo errado. E todo mundo sabe.
Ares entra no quarto com uma pasta na mão. Seu olhar encontra o meu e por um segundo, tudo volta ao lugar.
— Eles terminaram a varredura — ele diz, jogando a pasta sobre a cama. — Temos quatro r