Narrado por Ares Marino
Depois de duas horas em rota, deixamos a Suíça para trás e seguimos para um de nossos refúgios na Toscana. Uma propriedade antiga, herdada de tempos em que nossa família ainda escondia sangue nos barris de vinho. Cercada por parreirais, colinas silenciosas e muros altos, era o tipo de lugar onde até os fantasmas tinham medo de sussurrar.
Isabella sentou ao meu lado no banco da frente. Francesca vinha atrás, dormindo com a cabeça encostada na janela. A enfermeira aplicara calmantes, e o corpo dela enfim parecia descansar depois de tanto sofrimento.
O som do motor era o único ruído. Mas eu sentia os pensamentos de Isabella se acumulando como tempestade.
Chegamos ao casarão quando o sol já se escondia. Os empregados da casa abriram os portões rapidamente. Levei Francesca para um quarto térreo, mais acessível, enquanto Isabella ajeitava as coisas dela. A enfermeira ficou de plantão. Um médico de confiança chegaria pela man