Narrado por Isabella
Não sei quantas horas fiquei parada naquela janela. O mundo lá fora parecia continuar seu ciclo: os carros passando ao longe, os galhos das árvores dançando ao vento, o sol escorrendo no horizonte. Mas dentro de mim, tudo estava suspenso.
Donna Francesca ainda estava nas mãos deles. E agora, Ares passava horas trancado com os irmãos, em silêncio, em estratégias, em raiva contida. Eu via o cansaço nos olhos dele, o peso nos ombros. E sabia que ele se culpava. Assim como eu me culpava.
E eu? Eu estava com Luna.
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Ela brincava com um urso de pelúcia. Ria sozinha, com aquela risada que me dilacerava e curava ao mesmo tempo. Era incrível como ela conseguia ser luz em meio a tudo isso. Seus olhos tinham o brilho da inocência que o mundo tenta apagar.
Mas eu via. Eu sentia.
Ela sentia minha dor também. Cada vez que eu afastava os olhos dela e tenta