O vento frio do norte varria o refúgio naquela noite. O inverno parecia não querer ir embora, e cada rajada trazia lembranças do Alasca para Eros. O alfa caminhava sozinho pelos corredores de pedra, as mãos trêmulas fechadas em punhos, o peito pesado como se carregasse um bloco de gelo. O refúgio estava cheio de vida — híbridos treinando, crianças correndo, guerreiros afiando lâminas — mas dentro dele só havia silêncio.
Ele havia perdido muito. Primeiro sua companheira, arrancada dele em uma emboscada das sombras. Depois seu filho caçula, levado pelo fogo da guerra. E agora, ao chegar ao refúgio, não encontrava sua filha. Ana. Sua Branca.
A loba branca era sua esperança, seu alívio, o pedaço mais puro que restava da família. Todos a conheciam como Branca, por causa do pelo que herdara na forma de lobo, um manto tão claro que parecia neve iluminada pela lua. Mas para Eros ela seria sempre Ana, sua filha de alma doce e sorriso de menina.
Ele procurou por ela em cada canto. Falou com gue